domingo, 5 de junho de 2011

Se ele acha esta derrota um "resultado muito digno", tudo bem!


As pessoas com quem conversei durante os longos dias de espera, com os falsos empates técnicos das sondagens, as manipulações das campanhas, as filmagens mais perto ou mais longe para impressionar os mais distraídos... sabem que os números que previ eram da ordem dos 10% de diferença. Mas agora isso já pouco interessa!

Aguardamos todos que Portugal melhore e voltemos a ter razões para sorrir. Vai demorar tempo e todos temos uma forte factura a pagar, graças, entre outros, a um líder que ainda hoje afirmou "não estou a ver como poderíamos ter feito melhor"! Obviamente!... Só quem consegue ver para além de si próprio pode ver verdadeiramente e o líder deu bastas provas de cegueira assumida contra tudo e contra todos. E continuou com o ilusionismo do costume: o pior resultado desde o início dos anos 90 é um resultado muito digno; as eleições não são uma questão de ideias mas uma questão de legitimidade; o Povo decidiu e o líder respeita, mas... A segurança no discurso, se é que neste caso podemos considerar uma virtude, continua lá para impressionar muitos. Mas todos os defeitos que o fizeram levar Portugal onde está... continuam lá também. Não aprendeu rigorosamente nada, mesmo com um estaladão popular do tamanho das piores tempestades de Junho! Ou se aprendeu, não pretendeu assumir.

Se tenho esperança no Futuro? Sim! Mal de mim se não tivesse!...
Vou, seguramente, apanhar muitas desilusões, pois ando por cá há muito tempo e já vi muitas eleições e muitos projectos adiados, grandes ideias que deram em nada, Homens bons que foram trucidados pelas circunstâncias e pelos falsos amigos de que se rodearam. Mas, hoje, recebeu guia de marcha (temporária, pelo menos) aquele que considero o exemplo mais acabado do que não deve ser um político, um Primeiro Ministro e, pelo que atrás ficou dito, já conheci muitos. Adiante.

Uma coisa quero destacar como essencial:
Este POVO não se deixa enganar por muito tempo. E o aviso fica para os que começam agora, também. Às vezes dá-lhe jeito ouvir umas mentiras e prolonga-as no tempo, numa sonolência irritantemente latina. Às vezes toma decisões menos boas. Mas na altura H, quando é hora de dizer basta, acorda e mostra todo o seu saber de experiência feito, toda a sua garra e capacidade de, contra todos os medos e campanhas falaciosas, alterar o seu destino. Quando já muitos punham em causa o seu discernimento, eis que mostra toda a sua determinação e coloca cada um no seu verdadeiro lugar.
Já passámos por muito, em épocas diferentes, bastas crises, múltiplos líderes e continuamos a ser Portugal. De Afonso Henriques a D. Dinis, de D. João I a Vasco da Gama, do Marquês de Pombal a Sidónio Pais, de Oliveira Salazar a Mário Soares, muitos foram os que fizeram a nossa História. Já vimos muito e muitos. Virão políticos melhores e piores, mais honestos ou mais descarados, mais dados ao poder da palavra ou menos capazes no discurso, mas só os que fazem algo de significativo ficam na verdadeira História.
José Sócrates ficará, na minha modesta opinião, pelas piores razões. E agora que caiu vão levantar-se alguns dos ex-amigos e aproveitar o lugar. Estou pouco interessado em vinganças, pois o Futuro começa hoje. Apenas gostaria que, enquanto não mudar radicalmente a sua maneira de ser e ver a realidade à sua volta, José Sócrates faça exactamente o que hoje prometeu e deixe qualquer cargo público para quem seja capaz de fazer melhor. Portugal agradece!



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