domingo, 24 de abril de 2011

Ferro Rodrigues pretende acordo mas não à esquerda


Ferro Rodrigues, defendeu a negociação pós-eleições de um «acordo político que dê uma maioria forte no Parlamento», mas reconheceu que «é completamente impossível» qualquer acordo dos socialistas à esquerda.

«Defendo que haja um acordo, um acordo político que dê uma maioria forte no Parlamento, esse acordo tem de ser negociado a seguir às eleições», afirmou Ferro Rodrigues, em entrevista esta noite no Telejornal da RTP1.

Ferro Rodrigues lembrou, ainda, que já tinha alertado em Agosto de 2009, antes das últimas eleições legislativas que perante um cenário de crise internacional «não devia ser constituído um Governo que não tivesse maioria no Parlamento», posição que o cabeça de lista do PS por Lisboa mantém.

Em relação a tentar um acordo à esquerda, uma posição que tinha assumido no passado, Rodrigues considera que essa ideia, agora é «completamente impossível» de concretizar, porque ao longo do último ano e meio os partidos de «extrema-esquerda», têm colaborado «com a direita em relação à queda do Governo».

Já dou de barato que o PS e a "extrema-esquerda" (nas palavras de Ferro Rodrigues) tenham estado juntos no apoio a Manuel Alegre, mas...

Vamos lá ver se eu consigo perceber:
1. Ferro Rodrigues alertou em 2009 para o contrário do que fez José Sócrates, mas foi um alerta tão forte que só passados dois anos se ouviu o eco, através do próprio Ferro Rodrigues.
2. Volta em 2011 como cabeça de lista por Lisboa (PS), convidado e liderado por quem fez o contrário do que ele aconselhou e ainda hoje mantém.
3. Ainda nada ganhou, mas já se imagina a negociar um acordo a seguir às eleições, com uma série de exclusões/condições, sem sequer pensar que pode não fazer falta nenhuma nesse acordo.
4. Rejeita completamente um futuro acordo com a "extrema-esquerda", não por causa das suas ideias e eventuais perigos para Portugal, mas porque a esquerda colaborou com a direita em relação à queda do governo, no último ano e meio, que é como quem diz "mais para castigo dos radicais mariolas", que é para aprenderem a não colaborar com quem não devem.
5. Se bem percebi, estão de fora o PCP e o BE.
6. Sobram, para uma eventual maioria (o que Ferro continua a defender), o CDS/PP e o PSD, a tal direita que colaborou com a tal "extrema-esquerda" na queda do governo.
7. Se bem percebi, a direita está perdoada das maldades que fez ao governo, apesar de no último ano e meio ter colaborado com a "extrema-esquerda" em relação à queda do governo.
8. Se bem percebi, Ferro está ao nível que se pretende: coerente e imparcial.

Sem comentários:

Enviar um comentário