terça-feira, 19 de abril de 2011

Miguel Sousa Tavares igual a si próprio, naqueles dias que correm menos bem!...



Médicos de Saúde Pública por 100 000 habitantes (dados oficiais - link)

É só mais um lapso.
Há uma grande diferença entre "médico por habitante" e "médico por 100.000 habitantes".
É o que dá programas sem direito a contraditório.
A quantidade de lapsos de MST nos últimos tempos começa a preocupar. E o ar com que fala da Grécia também lhe não fica bem, tal como o ar de gozo com que apresenta os seus dados "curiosos". Que sabe MST do sistema de saúde na Grécia? Isso é que interessava saber, para ver se o número de médicos tinha alguma correspondência com a qualidade do sistema. 
Se não é para informar os cidadãos com precisão, então os comentários servem para quê?!...
Uma pessoa não informada, ouve estes "dados curiosos" (como lhe chamou Clara de Sousa) e o que pensa dos médicos? Que juízo vai fazendo dos outros?...

Por falar em "geografia humana do País"...
Olhemos para a estatística "médicos por 100.000 habitantes" e pensemos um pouco:
A Grécia tem N ilhas e 6 médicos por 100.000 habitantes pode querer dizer 1 médico por ilha de +-15.000 habitantes, separadas entre si por mar e tempo não compatível com urgências médicas.
Na Beira Baixa ou Alentejo, 1 médico por 25.000 habitantes (4 por cada 100.000) pode significar um enorme espaço separado por N Kms, pouco ou nada compatível com urgências médicas.
Nos grandes centros urbanos, 1 médico por 25.000 habitantes é, apesar de tudo, outra coisa, pelo menos em termos de distâncias e possibilidades de chegadas a tempo para urgências...
A geografia interessa, de facto, a humana e a outra. Mas, acima de tudo, mais do que o número de médicos por 100.000 habitantes, importa saber se todos têm, como previsto na Constituição, acesso à saúde e em que condições. O número de clínicos por 100.000 habitantes é uma distorção estatística em relação a muitas realidades. Diria mesmo que é o urbano a mandar no campo, ou como diz o Povo: "Lisboa é Portugal e o resto é paisagem."
Um pouco de Humanidade faz falta nas análises que vamos vendo. As estatísticas são dados importantes a ter em conta, mas a sua análise carece de profissionalismo, experiência, seriedade e Humanidade. As pessoas não são apenas números!

Já agora, eu que nem sou médico, gostava de saber qual a média de comentadores por habitante no nosso País. E, já agora, quantos programas de comentário/opinião existem na TV sem direito a qualquer contraditório. Assim de repente, só me lembro de dois. E ambos precisavam urgentemente de incluirem contraditório.
Claro que eu podia ir pesquisar melhor e obter dados concretos, fazer as coisas de forma mais séria. Mas, como é fácil depreender, assim é mais fácil, ou não?!...

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