domingo, 17 de abril de 2011

Marinho Pinto (Bastonário da Ordem dos Advogados) apela a "greve à democracia"


Pequeno pormenor:
Marinho Pinto lançou a questão, mas foi cuidadoso nas palavras. Ora reparem: "Não sei se não fariam melhor em fazer greve à democracia por um dia."
Não disse para fazerem greve à democracia. Lançou a dúvida: "Não sei se..." Para quem conhece o valor das palavras e Marinho Pinto conhece, na sua qualidade de advogado, a pergunta faz toda a diferença.

No entanto...
Se o voto é o único meio legal e eficaz para substituir a mediocridade, o oportunismo e a incompetência dos políticos, pois é nas eleições que se pode alterar alguma coisa, o que leva Marinho Pinto a fazer estas declarações, nesta altura?!...
Pergunta ingénua:
Apelar à abstenção não é, no mínimo, eticamente reprovável em democracia?
Pergunta ainda mais ingénua:
Apelar à abstenção não é ilegal?
Perguntas ainda mais mais ingénuas:
A abstenção não coloca sérios problemas de legitimação democrática?
Na época que Portugal está a viver é isso que se pretende das eleições?!... Que não legitimem largamente os eleitos? Que apontemos para o futuro governo, dizendo que apenas representa uma pequena parte dos portugueses, logo... não é legítimo?

Quando Manuela Ferreira Leite falou em "suspender a democracia", ainda que num tom irónico (pelo menos assim o considerou), tudo e todos se levantaram contra essas declarações. Foi um escândalo.
Irão muitos dos então escandalizados ficar, agora, calados?

A quem interessa a abstenção nestas eleições?!... Essa é a pergunta menos ingénua que urge fazer.
Deixo a resposta a cada um de vós.

Pela minha parte, como a Democracia é o menos mau dos regimes e o único em que me pedem opinião, permitindo-me ajudar a decidir pela continuidade ou pela mudança...

O que eu gostava mesmo era que todos os portugueses fossem votar, conscientes de que Portugal é o que nós queremos que ele seja. Mais cidadania precisa-se. 


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