Pelo menos ficámos a saber que também vão, afinal, mexer na TSU. Que o ar de escândalo apresentado ao longo da semana em curso, foi apenas mais uma daquelas fitas... E temos que agradecer esse facto a Francisco Louçã, ontem, no debate da SIC. Diria mesmo que Francisco Louçã foi, ontem, um verdadeiro amigo do PSD, ao conseguir com uma breve leitura, trazer à tona aquilo que ninguém do PSD ainda tinha conseguido. Os barões do PSD têm estado, como costume, mais interessados em denegrir Passos Coelho e autopromoverem-se, do que em falar do que interessa às pessoas e às suas vidas. De facto, a TSU e outras do género é que decidem a vida de todos nós. Por muito que custe a PSL, a MRS e outros "opinion makers" da praça, a nossa vida não se esgota nas suas vaidades e nas suas palavras. Além disso, saber reconhecer o verdadeiro adversário é uma característica só ao alcance de alguns. O adversário dos Portugueses, bem entendido. Não o adversário de PSL ou MRS ou...
Voltando ao título...
Para um partido que ainda há dias tinha como principal tema de campanha o facto de que o PSD não apresentava as suas propostas, até que nem está mal.
Temos uma proposta para mexer na TSU, mas não queremos dizer qual é, pois não queremos ganhar as eleições de imediato. Os Portugueses iam ficar tão felizes com a nossa proposta, que nem ousamos apresentá-la e nem seria justo para a oposição!
Pedro Silva Pereira - "A redução não está quantificada e está dependente de uma proposta do próximo governo." (Novidades só no Continente!)
"Não nos passa pela cabeça não cumprir o acordo. Quem já fez as contas tem de explicar como vai compensar a perda de 1.600 milhões de euros." (Expliquem lá o que temos de fazer, para aprendermos alguma coisa!)
A propósito, como é que PSP pode falar em 1.600 milhões de euros, se o PSD ainda não clarificou o montante (será progressivo, entre 1 e 4 pontos percentuais)?!... Está-se mesmo a ver, fez pelo máximo, para impressionar!
"O governo garante que vai cumprir o acordo..."
Recuso-me a fazer aqui a lista das coisas que o Governo prometeu cumprir ao longo destes anos e não cumpriu, pois iria ficar tipo Volume I, Volume II, Volume III...
Quanto à garantia de que vai cumprir o acordo com a troika... Volume IV, se os Portugueses assim o desejarem dia 05 de Junho. Como diz José Sócrates, "os tempos não estão para aventuras", portanto, digo eu, há que apostar em quem possa devolver a esperança.
Até gosto de aventuras e mesmo algumas loucuras, que a vida não é só trabalho, mas apostar na continuidade de JS é apostar em várias certezas:
o sim continuará a ser um permanente sinónimo de não;
os números continuarão a significar o princípio de novos números;
as previsões continuarão a significar sonhos não realizáveis;
os critérios continuarão a mudar ao sabor da corrente mais adequada ao momento;
os défices continuarão e ser revistos vezes sem conta e sempre para cima;
os acordos continuarão a ser belos documentos de propaganda e não realidades;
a concertação e diálogo continuarão a estar dependentes de súbitos e estranhos estados de humor;
as pessoas mais improváveis e impreparadas continuarão a desempenhar cargos de responsabilidade;
"yes, Sir" sistemático e acrítico continuará a ser sinónimo de sucesso na vida;
a afirmação de sucesso continuará a ser sinónimo de certeza de insucesso;
as afirmações de hoje continuarão a ser sujeitas a reinterpretações amanhã...
Não sei o que o Futuro me reserva. Mas sei que não quero mais do mesmo. E vou afirmá-lo dia 05 de Junho. É essa a beleza da Democracia!
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